O que é belo para você?
Na disciplina de IAU (Introdução a Arquiterura e Urbanismo), foi proposto como trabalho introdutório tirarmos fotos daquilo que na nossa concepção fosse belo. Abaixo encontra-se então as primeiras três fotos do que acreditei ser belo.
Juntamente com as fotografias foi pedido que fosse escrito um texto que descrevesse o que era belo para nós e nosso conceito sobre o belo em cada fotografia.
1ª Fase do Belo - Três primeiras fotos
O conceito de belo segundo os filósofos da antiga Grécia estava diretamente relacionado com as características visíveis dos seres ou objetos, desta forma esses demonstravam essa beleza na forma de esculturas, pinturas e da arquitetura. Segundo Aristóteles o conceito de belo se relacionava com a ordem, ou seja, a disposição metódica dos elementos visuais segundo relações preestabelecidas*.
O meu conceito de belo ao tirar essas primeiras fotos remete para aquilo que eu considero agradável aos meus olhos de forma clara, nítida e rápida. Assim para mim o belo é pura estética, é aquilo que "coloco" os olhos, e vejo de primeira que é bonito. Seguindo essa linhagem, eu selecionei fotos que formam uma coleção ao meu ver visto e demonstram a interação da natureza no meio urbano.
Eu selecionei a primeira foto do "escadão" porque, o lugar me remete para tempos antigos no meio contemporâneo. O que torna essa foto bela para mim são os ricos detalhes das casas, a rua de "paralelepípedos", a vegetação que compoe o lugar e a sensação de estar em um tempo antigo onde a cidade era colonizada por portugueses.
A segunda foto que descreve o céu em meio a objetos urbanos, tem uma história inusitada. Eu estava na fila do banco, que por sinal estava enorme saindo do mesmo e ali naquela fila eu estava pensando em tantas coisas que eu tinha que fazer quando, os raios de sol se intensificarão e quando eu olhei o céu estava lindo em um tom de azul inexplicável com as nuvens incrementando a beleza. Foi aí que eu me lembrei da grandeza de Deus de de seus feitos e resolvi tirar a foto.
A terceira foto por fim, eu tirei quando voltava para casa um dia e parando para perceber achei bela a paisagem que eu nunca havia reparado e que eu passava por ela todos os dias. O que me chamou mais a atenção foi a composição perfeita do natural com o urbano.
Após uma semana, e da entrega das primeiras fotos do belo, foi nos entregue textos que falam sobre a história da Arquitetura e da Arte, além de Arte Contemporânea (de Katia Canton), Fotografia (de Vilém-Flusser) e Paisagem (de Euler Sandeville Júnior). Seguidamente a leitura desses textos tirei outras fotos que seguem abaixo.
Depois de ter lido todos os textos, visto outras concepções sobre o belo e ideologias, tirado as outras três fotos pedidas, escrevi outro texto explicitando melhor minha concepção sobre o belo.
2ª Fase do Belo - Três fotos
Após ler os textos, e refletir sobre eles percebi que meu conceito de belo teve algumas alterações. Antes para mim o belo se referia aquilo que eu detectava automaticamente, ou seja, de primeiro olhar, sentido,sentimento. Porém, após a leitura dos textos e reflecção sobre os mesmo entendi que o belo pode ser inusitado e muitas vezes até sutil. Isso me fez entender que posso mostrar o que é belo para mim de forma mais discreta, deixando que o observador de meu trabalho tenha sua interpretação também e com isso incentivar o senso crítico do mesmo. Além disso essa sutileza faz com que o observador de uma obra participe dela e isso torna-o parte dessa obra, afinal ele pode transmitir o conceito expresso na obra para a sua vida. Por isso conclui que cada um faz o seu belo e transmite ele de diferentes formas.
A quarta foto do belo talvez seja a que mais me encantou porque eu fiquei mais tempo observando a beleza daquele trecho do que tirando fotos do lugar. Eu tenho uma admiração que é como um imã que me atrai para espaços verdes e esse "corredor" apresentado na foto realmente despertou meus sentidos e uma sensação profunda de admiração. A luz também foi fundamental, afinal ela foi como a cereja do bolo para enfeitar o lugar, por isso coloquei todo o foco nessas partes mais iluminadas e desfoquei as partes mais escuras.
A quinta foto, não tão verde quanto as outras, porém não menos especial me chamou a atenção no minimalismo, os pequenos detalhes da estrutura, as formas geométricas e o ângulo de onde eu observava me trouxeram uma "imagem" de belo, daí a saturação carregada para marcar a forma do espaço.
A sexta foto e última é bem peculiar, aparentemente não tem nada de especial, mas a mensagem que eu queria transmitir era sobre o cotidiano dos seres humanos que preocupados com seus próprios interesses se encontram quase automatizados. Quem sabe não estão dando as costas para o melhor da vida? Por isso tirei a saturação da foto e manti à cores somente as pessoas de costas, enfatizando que o sentido da foto é as pessoas e não o lugar.
Depois de passar por todas essas fases, deveriamos procurar um artista no qual nos identificassemos e após alguma pesquisas acabei achando o trabalho da Ticiana Porto parecido, ou pelo o menos, com a mesma intenção que o meu. A Ticiana moradora e admiradora do Rio de Janeiro tem um estilo de fotografar que lembra um pouco o meu no sentido de: fazer imagens nítidas, com muita vegetação envolvida, pessoas e por vezes edificações também. Além de ser bem conhecida virtualmente, Ticiana desempenha o papel de psicanalista, mas não esconde sua paixão pela fotografia, sendo seu espaço principal a cidade do Rio. Além de milhares de seguidores nas redes sociais, Ticiana dispoe de um "Site portifólio" onde posta todo seu trabalho e dúvida sobre os mesmos. Abaixo segue um pouco do trabalho dessa fotografa nata.
Instagram: https://www.instagram.com/ticianaporto/
Site: http://ticianaporto.prosite.com/
*Conceito estético do Belo